Resumo
Apesar de todas as atenções estarem voltadas ao novo coronavírus, não se deve se descuidar da ameaça das arboviroses que hoje circundam a população. O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento dos principais desafios no enfrentamento das arboviroses nesse período de pandemia do novo coronavírus. A maioria das arboviroses ainda não apresentam vacinas disponíveis, sendo um potencial desafio para a saúde pública. Em tais circunstâncias, o manejo integrado de vetores geralmente é o mais eficaz. Um dos desafios nesse enfrentamento é que justamente este ano de 2020, houve um aumento no número de casos de dengue no Brasil em comparação a 2019. Segundo especialistas, esse aumento é devido a recirculação do sorotipo 2 do vírus da dengue desde o ano passado. Além disso, as autoridades de saúde alertaram que em alguns meses do ano com os maiores números de casos da Covid-19 e juntamente com os maiores números de casos de arboviroses e gripe, aumentaria a procura de atendimentos nas unidades de saúde, crescendo também o risco de contágio pela Covid-19. O aumento no número de casos de dengue, principalmente os quadros graves podem agravar ainda mais a disputa por leitos para internação no sistema de saúde ao mesmo tempo com a demanda de leitos para os pacientes com COVID-19. Um outro desafio foi por especialistas que pode ser possível uma pessoa ser infectada pelos dois vírus ao mesmo tempo, SARS-CoV-2 e algum arbovírus podendo se tornar um caso mais complexo. Além desses desafios, recentemente, foi descoberta uma possível interação imunológica entre o vírus da Dengue e da Covid-19. A análise estatística do estudo revelou uma correlação negativa entre os dados de Dengue e COVID-19, os estados do Brasil que tiveram maior incidência de dengue durante a epidemia de 2019-2020 tiveram menor probabilidade de casos e óbitos por COVID-19. Aqueles infectados por dengue em 2019-2020 estariam protegidos, em alguma medida, da infecção pelo SARS-CoV-2. Nesse momento de pandemia é muito importante a organização da população em integração com as ações do Estado considerando estratégias de comunicação em saúde e um manejo integrado de vetores nesse enfrentamento.